O Setor Sucroenergético no Contexto da Rio+20

Renato Cunha*

Vinte anos depois, terá começo em junho de 2012, a agenda da Rio+20, cujo nome formal é Conferência  das Nações Unidas para o desenvolvimento sustentável.  Um tema central está focado na economia verde, conceito, ainda, em discussão, sobretudo voltado ao desenvolvimento sustentável, assim como, na erradicação da pobreza. 

A Indústria e a Agroindústria estarão presentes, com o segmento Sucroenergético, através de seu fórum nacional, assim como por meio da CNI. 

São esperados mais de 150 chefes de Estado e cerca de 50 mil diplomatas. Na Rio 92, criou-se a agenda 21 com seus 40 capítulos, introduzindo-se no debate do dia-a-dia do terceiro milênio, um novo padrão de desenvolvimento, que deve ser aprimorado, tanto nas convenções das partes (COPS), como na Rio+20. 

A ONU entende que economia verde deve resultar em melhoria de bem-estar das pessoas face a uma maior preocupação com a equidade social, riscos ambientais e escassez dos recursos naturais.
 
Os estudiosos falam em tributar energias fósseis, mais pesadamente, como forma de incentivo às tecnologias limpas. 

Esperamos que os investimentos públicos e privados venham a ser propulsores de novas tecnologias que acarretem maior produtividade e eficiência dos recursos naturais, onde a indústria possa agregar na transição em direção a uma economia com mais inclusão social e, portanto, mais verde. 

A Indústria estará atenta em contribuir com economia de custos, utilizando maior eficiência no uso de energia de insumos produtivos, na diversificação de produtos industriais, fruto de demandas de consumidores ambientalmente exigentes, ações que se atrelarão, a médio prazo, seguramente, em necessidades efetivas de melhoria de imagem, principalmente das empresas com ações em bolsas e no acesso, seletivo, em programas de crédito, atrelados a projetos que apresentem baixa emissão de gazes do efeito estufa.

Um ponto que deve merecer criação de regras se relaciona ao que o mercado chama de “greenwashing”, ou o risco de empresas inescrupulosas se apresentarem como integrantes da “economia verde”, porém de forma paliativa e não duradora. É o caso do uso, por exemplo, de carro elétrico, em local que produz energia a partir de fonte suja.

A agenda principal da Rio+20 deve abraçar metas, tais como: Consumo responsável, produção Ecoeficiente, proteção de oceanos, segurança alimentar, agricultura sustentável, energia limpa, acesso a água, cidades sustentáveis, economia verde, inclusão social e prevenção de desastres naturais.

Na Rio+20 a diplomacia brasileira promete inovações com geradores a biocombustíveis, copos de papel, coleta seletiva de lixo e maior utilização de tecnologias limpas no grande evento.

O debate terá vertentes econômica, sócio-ambiental, na redução da pobreza e na busca pela consolidação do conceito de “Economia Verde”.

Portanto, a busca é por acesso a uma estrutura de incentivos e prêmios tecnológicos que promovam melhoria ambiental, o que em nossa ótica, é fator determinante para conseqüências que traduzam em ações, todas as boas intenções do grande evento.

* Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do
Álcool no Estado de Pernambuco – SINDAÇÚCAR

 

* Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco - SINDAÇÚCAR
(rcunha@sindacucar.com.br)