Um novo Dinamismo na Nova Europa

Renato Augusto Pontes Cunha*

A partir do corrente mês de maio inicia-se o “enlargement” (ampliação) do Mercado Comum Europeu, envolvendo cerca de 500 milhões de pessoas e produtos internos domésticos que, somados, são superiores a US$ 9 trilhões. Trata-se de um mercado que trará positivas assimetrias para a velha e tradicional Europa. A começar, um mercado de consumo que se agiganta com a recém entrada no bloco dos países bálticos, que conjuntamente com a Suécia e Finlândia – integrados desde 1995 – fortalecem O Mercado Comum com a incorporação de mais dez novos países, contando com o recente advento da Estônia, Latvía, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Slovakia, Hungria e Slovênia.

Ainda em 2007 dois novos países – Romênia e Bulgária – também ingressarão naquele Mercado, elevando a um total de 27 o número de países que o compõem.

Esse processo teve início em 1957, quando França, Bélgica, Alemanha, Holanda e Itália se aglutinaram comercialmente. Em 1973, a eles se somaram a Irlanda, o Reino Unido e a Dinamarca. Em 1981 foi à vez da Grécia e, em 1986, Portugal e Espanha integraram definitivamente ao pacto.

Analistas internacionais de mercado apostam que essa ampliação trará à Europa maiores chances de usufruir novos investimentos e arbitragens em um mercado mais vigoroso e assimétrico, porém mais indutor de novos negócios. O Leste europeu, sem falar na antiga URSS na Eurásia, torna-se cada vez mais atrativo a novos investimentos. Novas bolhas de preços podem até vir a ocorrer, num primeiro momento, até que a ânsia de consumo seja apaziguada e novas regras tarifárias entre países fiquem mais claras. No entanto, o fato é que um novo mercado continental Europeu está se desenhando, fruto da tenacidade, organização e perseverança daqueles que apostam no mercado internacional como o meio mais eficaz para união de povos e melhoria de vida de suas populações.

Nas Américas, resta-nos avançar na ALCA (FTAA), continuando a perseguir negócios, em vez de ideologias. Sua consolidação hemisférica no novo mundo, já corre o risco de trilhar por anacrônicos caminhos de onde se vem privilegiando acordos comerciais pouco criativos, intramuros, diante da integração aduaneira que acarreta o livre comércio entre os povos. Se a ALCA evoluir, integrará nas Américas um mercado com 34 países, 800 milhões de pessoas e PIB´s equivalentes a cerca de US$ 11 trilhões. Portanto, um mercado tão eclético quanto o que se consolida na Europa. São os blocos passando a construir integrações entre os continentes.

* Presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco - SINDAÇÚCAR